Daniela Assayag diz que é ‘mentira’ interesse por respiradores
Manaus – A jornalista Daniela Assayag, secretária de Comunicação do Governo do Amazonas, disse que é “mentira” que tenha participado de reunião na Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas) para saber especificamente sobre a compra dos 28 respiradores por R$ 2,97 milhões. Ela afirmou que seu nome está sendo usado para atingir o governo.
Em entrevista na tarde desta quarta-feira, 1º, Assayag negou informações que circulam na internet de que seu marido seja dono de empresa investigada por superfaturamento na compra dos respiradores. De acordo com a secretária, ela participou de reunião, mas não para tratar especificamente da compra dos aparelhos e sim para se inteirar sobre assuntos relacionados à saúde.
“Ele (Rodrigo Tobias, ex-secretário de Saúde) tinha um gabinete de crise da Secretaria onde algumas pessoas se reuniam e eu fui para saber quais eram as providências que estavam sendo tomadas (no combate à Covid-19), não em relação especificamente a respiradores, mas em relação a todos os assuntos que na época o governo era acusado de não tomar providências cabíveis”, disse.
Assayag negou que o ex-secretário tenha sido convocado para tratar dos respiradores por ela. “Nessa reunião específica em que eu fui citada pelo secretário de Saúde anterior (Rodrigo Tobias), ele e todo mundo que estava na reunião, ao contrário do que foi dito, o ex-secretário não foi convocado para uma reunião para tratar dos respiradores. Isso não aconteceu em hipótese nenhuma, muito menos por mim”, afirmou.
O nome de Daniela Assayag foi citado durante depoimento de Rodrigo Tobias à CPI da Saúde na segunda-feira, 29, como uma das pessoas presentes na reunião em que foi decidida a aquisição dos equipamentos superfaturados.
A secretária afirmou que é comum estar em reuniões da Susam e das demais pastas, pois precisa obter informações para a imprensa e planejamento da Secretaria de Comunicação. “É uma conduta minha, podem perguntar e questionar para quem quer que seja de ir até as secretarias e receber secretários na pasta a qual eu respondo (Comunicação). Pelo simples fato o qual vocês sabem, nós trabalhamos com informação. E para eu saber, orientar e planejar a minha equipe, tanto de comunicação jornalística como de comunicação de publicidade e propaganda, eu preciso saber das informações de dentro das secretarias”, disse.
Assayag negou que tenha participado ou que saiba de qualquer esquema ilícito dentro do governo.“Não faço, não fiz e nunca tive conhecimento de nenhum negócio feito de forma ilícita dentro do governo. Não defendi quem quer que seja, a empresa que seja. Não vou deixar simplesmente que as pessoas utilizem da minha imagem, da pessoa que eu sou e da história que eu sou para atingir o governo”, disse. “Atribuo o uso da minha imagem única e exclusivamente para atingir ao governo. Porque sabem da minha história de idoneidade, honestidade e de trabalho que eu tenho ao longo de 25 anos de carreira”, completou.
Quanto ‘a questão envolvendo seu marido, Assayag afirmou: “Ao meu marido foi oferecido para ele a compra dessa empresa (Sonoar) em dezembro do ano passado. E ele iniciou uma negociação com uma das sócias, a que estava querendo sair da empresa, Renata. E ele chegou sim a assinar como interessado, eu tenho a cópia desse documento, onde ele queria comprar sim parte dessa empresa. O negócio não chegou a ser efetivado. Não é que ele tinha um contrato de gaveta e que não chegou a ser colocado o nome dele lá”, disse.
O marido da secretária chegou a pagar a primeira parcela para a compra, mas desistiu quando soube do escândalo dos respiradores, segundo Assayag. “Não, o negócio não chegou a ser efetivado pelo simples fato que logo quando ele ia pagar a segunda prestação, chegou a pagar a primeira prestação de compra, mas diante de tudo isso que aconteceu, sem saber que tava sendo feito a venda (dos respiradores), até porque a venda foi para o Estado não para terceiros, ele fez absolutamente o destrato imediatamente”, disse.
Fonte: amazonasatual.com
Foto: Murilo Rodrigues/Atual