Dia Mundial de Higiene das Mãos: uma prática que pode salvar vidas
Manaus – “A prevenção está em suas mãos”. Comumente usada por profissionais de saúde, essa frase nunca foi tão assertiva quanto nos dias de hoje, e lembra que o paciente também é responsável por sua saúde. Em tempos de pandemia da Covid-19, então, manter as mãos limpas é literalmente um ato que salva vidas. Afinal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a simples ação pode evitar boa parte das contaminações por vírus, bactérias e fungos aos quais estamos expostos diariamente, incluindo o novo coronavírus, causador da doença que vem matando milhares em todo o mundo.
Não à toa, a prática ganhou duas datas no ano para ser lembrada, sendo a primeira o Dia Mundial de Higiene das Mãos, celebrado em 5 de maio, e a segunda, o Dia Mundial de Lavar as Mãos, comemorado em 15 de outubro. A primeira data está mais focada nas práticas em ambientes hospitalares e laboratoriais, e a segunda na conscientização da população em geral, sobretudo das crianças, potenciais multiplicadoras na formação de uma cultura em torno desse bom hábito.
“Lavar ou higienizar as mãos de forma constante e de maneira correta previne desde gripes, diarreias e conjuntivite a infecções que podem ser adquiridas no ambiente hospitalar, muitas delas resistentes aos antibióticos”, diz o infectologista Marcelo Cordeiro, consultor médico do Sabin Medicina Diagnóstica.
O especialista ressalta que além de prevenir a autocontaminação, a higiene das mãos também evita a disseminação dessas doenças, uma vez que alguns dos seus patógenos sobrevivem sobre as mãos e superfícies às quais tocamos e que depois também podem ser levadas para outras pessoas.Leia mais
Por conta disso, Cordeiro afirma que a higiene das mãos deve fazer parte do cotidiano de todos, seja em casa, no trabalho ou nos passeios, e não apenas entre os profissionais de saúde no ambiente hospitalar. “Trata-se de um procedimento barato e efetivo para evitar a transmissão de doenças, e deve ser repetido a cada atividade que exija o toque, como ir ao banheiro ou usar equipamentos e objetos públicos, além, é claro, de ser indispensável antes da alimentação”, diz o médico.
O infectologista acrescenta que boa parte dos atendimentos nos hospitais é oriunda de doenças infecciosas que poderiam ser evitadas com o simples ato de lavar as mãos, o que pouparia milhões de reais para investimentos em outros campos da saúde pública.
Outro dado que chama a atenção vem do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Segundo o órgão, 41% das mortes de recém-nascidos poderiam ser evitadas pelo simples ato de higienizar as mãos dos bebês.