Heineken encerra produção de concentrados para refrigerantes em Manaus, após quase 20 anos
ECONÔMIA
É a primeira empresa à anunciar saída do Amazonas, após decreto do Governo Federal
Grupo anunciou que unidade produtiva foi transferida para cidade de Itu (SP). Cieam acredita que redução do IPI não influenciou na decisão.
O Grupo Heineken anunciou, nesta sexta-feira (4), o encerramento da produção de concentrados para refrigerantes no Polo Industrial de Manaus (PIM). Na capital amazonense desde 2003, agora a unidade produtiva será transferida para a cidade de Itu (SP).
A medida foi anunciada em meio ao decreto do governo federal que reduziu o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) em 25%. O decreto prejudica diretamente a competitividade da Zona Franca de Manaus.
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Apesar disso, o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, acredita que a saída do Grupo Heineken não tem ligação com a redução do IPI.
“Ninguém toma uma medida como essa em uma semana. Eu entendo que já era planejado pela indústria mudar, mesmo porque bebida alcoólica não tem incentivos aqui”, afirmou em entrevista à CBN Amazônia.
A saída da produção de concentrados da empresa irá desligar 18 funcionários de Manaus, conforme o sindicato da categoria.
O Grupo Heineken declarou que a saída do PIM representa mais um passo na jornada iniciada em 2021, quando foi anunciada a retirada das embalagens PET acima de 1 litro de seu portfólio de bebidas não-alcoólicas.
A mudança contribui com o objetivo de neutralizar a emissão de carbono de toda a sua cadeia de valor até 2040.
Em Itu, no interior de São Paulo, também é produzido o portfólio de bebidas não-alcoólicas da Companhia, hoje representado pelas marcas FYs, Itubaína, Viva Schin, Skinka e Água Schin.
“Com a realocação, a empresa conseguirá otimizar a produção, aumentar a eficiência de toda a cadeia envolvida nesse processo, reduzir sua emissão de carbono e ainda acelerar a chegada dos produtos aos pontos de venda, tornando-se ainda mais competitiva e alinhada às dinâmicas do mercado”, diz trecho da nota.
Fonte: g1.globo.com
Foto: Divulgação