Liesa se manifesta após ação do MPAM e aponta equívocos sobre responsabilidades
Em resposta às informações veiculadas na imprensa nesta quinta-feira (18/9), a Liga Independente das Escolas de Samba do Amazonas (Liesa-AM) esclareceu pontos relacionados à Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), que cita a entidade em suposto abandono de alegorias e resíduos carnavalescos no entorno do Sambódromo e da Avenida do Samba.
A Liesa lembra que não participou da coordenação do Carnaval 2025. A indefinição sobre a organização do evento surgiu logo após o desfile do Grupo Especial em 2024, afastando a Liga das decisões e responsabilidades daquele ciclo. No Carnaval 2025, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC) assinou os termos de fomento diretamente com cada escola de samba, o que isenta a Liesa de qualquer responsabilidade quanto ao descarte de materiais alegóricos. Por isso, não procede vincular à entidade a responsabilidade por estruturas ainda existentes no local.
Outro ponto a ser esclarecido é que a Liga não foi oficialmente notificada acerca da ação judicial. O processo foi encaminhado para um endereço eletrônico que não corresponde ao canal institucional da entidade, o que comprometeu a comunicação formal. A Liesa só tomou conhecimento do caso na manhã desta quinta-feira, por meio da própria imprensa.
Após a divulgação da notícia, uma avaliação preliminar constatou que grande parte das alegorias posicionadas em frente aos barracões pertence a grupos folclóricos que se apresentaram recentemente no Festival do Amazonas, não tendo qualquer ligação com o Carnaval. Já as estruturas localizadas na lateral da Avenida do Samba são de responsabilidade de agremiações do Grupo de Acesso e de suas respectivas ligas. A Liesa reforça que sua função é de organizar e coordenar os desfiles do Grupo Especial, não cabendo à entidade a construção, guarda ou descarte de alegorias, que são de responsabilidade exclusiva das próprias agremiações, independentemente do grupo a que pertençam.
O presidente da Liesa, Roberto Simonetti, destacou que a questão não é novidade e envolve desafios históricos. Segundo ele, a entidade sempre adotou medidas de controle e fiscalização sobre as escolas do Grupo Especial, incluindo penalidades em regulamento.
“Esse problema se arrasta há anos. As escolas do Grupo de Acesso não têm onde guardar suas alegorias. No caso do Grupo Especial, a Liesa sempre estabeleceu regras rígidas e o nosso regulamento prevê, inclusive, a perda de pontos para as escolas que não recolhem suas alegorias aos barracões no prazo estabelecido. O grande entrave é que, sem uma liga organizando oficialmente o Carnaval, não há como cobrar responsabilidades de forma individualizada das agremiações. Esse vácuo organizacional fragiliza tanto o poder público quanto o próprio movimento cultural”, declarou Simonetti.
A Liesa ressalta que, embora não tenha sido formalmente comunicada, irá se manifestar preliminarmente junto ao Ministério Público, apresentando sua posição e contribuindo para que soluções eficazes sejam encontradas. A entidade reitera que reconhece a importância de preservar o espaço público, a ordem urbanística e o respeito às normas ambientais, mas reforça que tais responsabilidades devem ser compartilhadas de forma justa entre todos os atores envolvidos, conforme suas competências.
Texto: Assessoria de Comunicação Liesa-AM
Foto: Arquivo Internet