“Para onde foi o dinheiro?”, questiona deputado Wilker Barreto sobre arrecadação do Festival do CSU do Parque Dez
Semasc informou que não é responsável pelos recursos; MP será acionado
A falta de informações acerca dos valores arrecadados no 42º Festival Folclórico do Complexo Social Urbano (CSU) do Parque Dez de Novembro, realizado de 09 de junho a 09 de julho deste ano, voltou a ser questionada pelo deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania). Isso porque, o parlamentar esteve no local no último domingo, 17, e cobrou novamente o direcionamento dos recursos do evento após a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) informar que a arrecadação de taxas não é de sua responsabilidade.
A resposta da pasta se refere ao Ofício nº 69/2023, encaminhado por Wilker à Secretaria no dia 19 de junho, que solicitou informações referentes aos recursos arrecadados no festival. O pedido ocorreu, à época, em meio à polêmica denúncia da destruição de parte da mureta e grades do complexo poliesportivo para funcionar como “estacionamento rotativo” de veículos, além da cobrança do valor abusivo que girava em torno de R$ 20. Mas por meio do Ofício nº 2298/2023, no dia 02 de agosto, a Semasc esclareceu que “não realiza a arrecadação de recursos por meio de taxas ou preços públicos em sua atuação, portanto, não é responsável por direcionar recursos provenientes das atividades desenvolvidas pela comunidade no referido imóvel público”.
“Nós sabemos que, neste ano, se arrecadou aqui mais de meio milhão de reais entre barracas, infláveis, parquinhos… Se a Semasc diz que não cobrou, a pergunta que eu faço publicamente à Prefeitura é: para onde foi o dinheiro do festival folclórico do Parque Dez? Isso é grave, nós estamos protocolando ao Ministério Público para que apure essas denúncias e para onde foram os mais de meio milhão de reais deste Festival”, afirmou Barreto, em vídeo publicado nas suas redes sociais, enquanto visitava o CSU.
Durante sua permanência no complexo, Wilker constatou condições precárias do espaço público, como quadras com estruturas quebradas, academia com aparelhos danificados e playground fechado. O parlamentar afirmou que os recursos arrecadados poderiam ser empregados para solucionar tais problemas e viabilizar melhorias. “Esse dinheiro era para ter ido pro Fundo Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente ou reinvestido no próprio CSU, que estão com áreas precisando de manutenção. O tradicional Festival do CSU do Parque Dez terminou, mas as polemicas ainda não”, ponderou o deputado, que também ingressou, no dia 26 de junho, com uma representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) pedindo a apuração de possíveis irregularidades e a prestação de contas dos recursos investidos e arrecadados no evento, bem como a responsabilização dos agentes públicos envolvidos.
Processo
Wilker também repercutiu a atitude do vereador Gilmar Nascimento (Avante) de processar o morador Márcio Daniel, popularmente conhecido no bairro como “Daniel Rei”, após o mesmo cobrar nas redes sociais uma prestação de contas do Festival. Administrador de uma página chamada “Eu Te Amo Parque Dez (10)”, Márcio pediu informações sobre os gastos do evento organizado pela Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Manauscult), juntamente com o vereador, que é morador do bairro e um dos fundadores do tradicional festival. “Ele participou da situação do festival. Então, ele como uma pessoa pública, a gente tem que cobrar dele que estava à frente”, justificou o morador.
Acompanhado de Márcio, Wilker afirmou que se sentiu estarrecido com a medida de Nascimento contra Márcio. “O que me deixa aqui triste e estarrecido é que o vereador Gilmar Nascimento processou, fez um BO, porque ele (Márcio) cobrou publicamente a prestação de conta. Esse cidadão foi questionado, levado a uma delegacia porque o vereador se sentiu incomodado”, finalizou.
Por Assessoria de Comunicação