Sindarma aponta as perspectivas da navegação no AM em 2025

Estiagem e projetos: Sindarma aponta as perspectivas da navegação no AM em 2025

A navegação no Amazonas enfrentou desafios extremos em 2024 devido às condições climáticas. A seca recorde impactou profundamente o setor, mas o retorno das chuvas nos últimos meses trouxe alívio, com 70 a 80% da navegabilidade já normalizada, segundo avaliação do Sindicato das Empresas de Navegação do Estado do Amazonas (Sindarma).

De acordo com a entidade, que representa as principais empresas do setor no Estado, hoje, grande parte da frota de balsas opera normalmente, embora os reflexos das adversidades ainda sejam sentidos.

O presidente do Sindarma, Galdino Alencar, destacou que os prejuízos acumulados na última estiagem superaram os de 2023. “No inverno as embarcações navegam ‘full”, ou seja, com capacidade de carga completa. No verão, as mesmas rotas são feitas com redução de até 65%, mas os custos aumentam porque o tempo das viagens é maior. Foi um ano difícil, mas conseguimos manter as operações e o abastecimento em todo Estado”, avaliou.

O dirigente explicou que as paralisações em bacias importantes, como a do Rio Madeira, e o aumento de custos operacionais provocados por embarcações encalhadas, colisões com pedras e restrições da navegação noturna também contribuíram para os prejuízos em 2024.

“Embora o desabastecimento tenha sido evitado, a solução exigiu logísticas alternativas, como transferência de mercadorias para embarcações menores, o que encareceu produtos e aumentou os custos para o consumidor final”.

Privatização do Rio Madeira
Entre as iniciativas que terão projeção em 2025, está a privatização do Rio Madeira, previsto para o 2º semestre e no qual o Sindarma tem participado ativamente dos debates, contribuindo com sugestões para a elaboração da proposta com a experiência acumulada das empresas para garantir que o processo traga melhorias efetivas, especialmente para as operações no interior do estado.

“Não somos contra. Mas queremos esclarecimentos sobre os benefícios que serão gerados, pois quem vai pagar a conta são os armadores. Quando privatizar vai ter dragagem o ano inteiro? Vão sinalizar os pedrais? Como vão ficar as 2 mil dragas de garimpo que operam no Madeira? A segurança é mais importante”, questionou Alencar.

Outro tema de interesse do setor é o megaporto chinês em Chancay, no Peru, que teve investimentos de US$ 3,4 bilhões. Localizado a 70 km ao norte de Lima, o complexo é considerado o maior da América do Sul e promete transformar o transporte e a logística no continente.

“Queremos trabalhar com os órgãos estaduais e federais, porque este porto pode ter um impacto econômico e social no Amazonas gigantesco se pudermos integrá-lo à nossa navegação. Atualmente, nossas balsas já chegam até a região peruana que fica a dois dias, via terrestre, de Chancay. A vantagem para o escoamento do PIM pode trazer um impulso econômico não apenas para a navegação, mas também gerar milhares de novos postos de trabalho e renda em diversos segmentos no Amazonas”.

Pirataria: uma prioridade permanente
A segurança na navegação e o combate à pirataria continuarão como uma das principais prioridades do Sindarma em 2025. Segundo Alencar, as tentativas de assalto nos rios diminuíram em 2024 devido à manutenção de escoltas armadas. No entanto, o desafio permanece, e a entidade planeja investir mais em segurança para proteger as embarcações e cargas.

Na avaliação da entidade, as condições climáticas devem permanecer desafiadoras em 2025, com previsões de uma nova estiagem severa. No entanto, a entidade está confiante na capacidade de adaptação do setor, apostando em infraestrutura aprimorada e colaborações para superar os desafios.

“O futuro da navegação no Amazonas depende de novas iniciativas estruturantes, redução da burocracia, mais segurança e união de todos os segmentos. É um setor em crescimento, que faz parte da nossa história, e que esperamos ampliar em 2025”, acrescentou Alencar.

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