‘Tacacazeiras’ podem ser reconhecidas como Patrimônio Cultural Brasileiro

Registro do ofício da profissão será submetido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

As tacacazeiras do Amazonas se reuniram para dar continuidade à pesquisa para a construção de um dossiê para o registro do ofício da profissão. O documento será submetido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O objetivo é tornar as pessoas que exercem a função de ‘tacacazeiras’ como Patrimônio Cultural Brasileiro.

“Nós pretendemos complementar informações da pesquisa iniciada nos anos 2000 e ouvir as demandas, dificuldades e ameaças ao ofício para que a gente formule ações para salvaguardar essa atividade”, disse a coordenadora da pesquisa do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente da Universidade Federal do Oeste do Pará (Sacaca/Ufopa), Luciana Carvalho.

A pesquisa aponta que as mulheres predominam no ofício, mas os homens, como o tacacazeiro Val Kokama é um dos homens que também exerce a função.

“Passar isso de geração a geração é maravilhoso. Além disso, todos nós temos uma forma de fazer o tacacá que é diferente um dos outros” destacou.

Aline Damasceno, do tacacá da tia Socorro, herdou a atividade da mãe. “Minha mãe fazia tacacá pra mim desde que eu era criança e isso se tornou uma profissão por acaso depois de um curso de empreendedorismo. O tacacá da tia Socorro já existe há 18 anos e é importante discutir as dificuldades e o que fazer para que nossa atividade não acabe”, pontou a tacacazeira.

A pesquisa sobre o tema será feita também nos estados do Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins.

Merenda escolar
As ‘tacacazeiras’ também sugerem a inclusão do tacacá na merenda escolar, além de criar políticas para fomentar a atividade no Estado.

A medida visa fortalecer a agricultura familiar, de onde vem a mandioca, que faz a goma, o tucupi e o jambu, todos ingredientes usados no prato regional amazonense.

Fonte: g1.globo.com

Foto: Gabriel Machado/G1 AM