Em plano de enfrentamento à enchente, prefeitura reforça vigilância da qualidade  da água em Manaus

Com o alerta do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) sobre a possibilidade da cheia dos rios deste ano no Amazonas ser uma das maiores registradas na capital, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), reforça a vigilância da qualidade da água consumida pela população, com ações do “Plano de Contingência para o Enfrentamento do Evento Enchente”.

Segundo a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, a vigilância da qualidade da água é uma das ações desenvolvidas pelo órgão, intensificada a partir do “Plano de Contingência para o Enfrentamento do Evento Enchente”, executado a cada ano com o objetivo de reduzir os riscos à saúde da população que vive em áreas afetadas pela subida do rio Negro, antes, durante e pós-enchente.

“O plano envolve a intensificação do monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição utilizada pela população em Manaus. Esse trabalho vai ajudar a evitar, por exemplo, um aumento de casos de doenças de veiculação hídrica, como diarreia e hepatite A”, explica Shádia.

A chefe do setor de Vigilância da Água (Vigiágua Manaus), Jocilene Galúcio Barros, esclarece que o plano de monitoramento é realizado ao longo do ano, em que é feita a coleta de amostras de água em cem pontos de abastecimento da rede de Manaus, que passam por uma análise laboratorial de potabilidade.

“Durante o processo de enchente, o sistema de abastecimento público pode ser danificado, destruído ou contaminado, risco que também ocorre com poços coletivos ou individuais. Por isso, a Semsa reforça o monitoramento para identificar de forma precoce qualquer tipo de risco nas áreas em que há o perigo de enchente. Como o sistema é interligado, qualquer vulnerabilidade na rede pode atingir toda a cidade de Manaus”, alerta Jocilene Barros.

No período de enchente, a coleta de amostras de água continua a ser feita diretamente na rede, mas também intradomicílio nas áreas que sofrem alagações.

“Com a cheia, a rede de abastecimento nessas áreas, geralmente com as tubulações a céu aberto, fica submersa, o que aumenta o risco de contaminação. Além disso, a maioria dos moradores não tem reservatório de água, consumindo diretamente da torneira”, explica Jocilene.

No caso das áreas abastecidas com poço, como ocorre em comunidades no bairro Tarumã, zona Oeste, o monitoramento também é intensificado.

“Os poços ficam submersos quando há enchente e pode haver contaminação, então a equipe da Semsa realiza visitas técnicas nessas e em outras áreas para monitorar o avanço das águas e orientar moradores”, informa Jocilene.

Plano

O Plano de Contingência para Enfrentamento do Evento Enchente, da Semsa, envolve o trabalho em áreas urbana, rural e ribeirinha no município de Manaus, estabelecendo um conjunto de ações que devem ser adotadas e que serão executadas na “Atenção Primária”, com a atuação dos profissionais das unidades de saúde da Vigilância Ambiental e Epidemiológica, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Manaus) e da Vigilância Sanitária.

Fora o monitoramento da qualidade da água, o plano engloba ações como a distribuição de hipoclorito de sódio, utilizado na desinfecção da água para o consumo humano; a intensificação das recomendações para que as famílias façam a atualização do cartão de vacina nas unidades de saúde, na prevenção de doenças como sarampo, hepatite A, difteria, tétano, meningite, rubéola, coqueluche e caxumba; e ações educativas para o controle da dengue, zika, chikungunya e malária.

“Existem hoje 15 bairros monitorados pelo risco de enchente e a Semsa vai atuar nas áreas de acordo com a sinalização da Defesa Civil, a partir dos alertas do CPRM”, conclui Jocilene Barros.

Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa

Fotos – Divulgação / Semsa