Fiocruz finaliza análise de segurança e libera doses para distribuição

Avião com 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca chegou ao Rio de Janeiro na noite de sexta-feira (22). Estados devem receber as doses até domingo (24); veja quantas serão entregues para cada um.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) liberou na tarde deste sábado (23), às 14h18, as doses da vacina Oxford/AstraZeneca para serem entregues ao Ministério da Saúde e, em seguida, distribuídas no Brasil. A carga vinda da Índia passou por um processo de análise de segurança desde a madrugada.

O procedimento é uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O carregamento com dois milhões de doses da vacina, produzidas no Instituto Serum, na Índia, chegou ao Rio por volta das 22h ao Rio de Janeiro, depois que o governo indiano autorizou as exportações comerciais do imunizantes.

Doses por estado

O Ministério da Saúde prevê entregar todas as doses no domingo (24). Veja quantas cada estado vai receber.

Doses da vacina Oxford/AstraZeneca

EstadoDosesRio de Janeiro185.000Ceará72.500Amazonas132.500Roraima4.000Alagoas27.500Pernambuco84.000Paraná86.500Sergipe19.000Distrito Federal41.500Goiás65.500Santa Catarina47.500Rio Grande do Sul116.000Paraíba36.000Espírito Santo35.500Bahia119.500Mato Grosso24.000Rondônia13.000Acre5.500Mato Grosso do Sul22.000Tocantins11.500Maranhão48.500Piauí24.000Pará49.000Amapá6.000Minas Gerais190.500Rio Grande do Norte31.500São Paulo501.960

Liberação das vacinas na Fiocruz

À noite e pela madrugada, após a longa viagem da Índia para o Brasil, as vacinas passaram por uma avaliação de temperatura para verificar se estavam nas condições perfeitas.

De manhã, as caixas foram etiquetadas. Cada uma delas tem 50 frascos e 500 doses de vacina.

Polícia Federal escolta caminhão levando as doses da vacina de Oxford — Foto: Reprodução/TV Globo

Também nas primeiras horas deste sábado (23), o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) coletou amostras para análise de protocolo e liberação do produto para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) distribuí-la pelo país.

As vacinas de Oxford farão parte do PNI, que é coordenado pelo Ministério da Saúde e começou no dia 17 de janeiro com 6 milhões de doses da CoronaVac. Nesta sexta (22), outras 4,8 milhões de doses da CoronaVac foram aprovadas para uso emergencial no Brasil.

No desembarque da Índia, ainda na pista, a aeronave foi recebida numa cerimônia de “batismo” por dois caminhões do Corpo de Bombeiros, que esguicharam água no avião.

Primeiros vacinados

O primeiro caminhão com as doses saiu às 14h18 e o último está previsto para sair às 16h.

Neste horário o infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Estevão Portela, será o primeiro a receber a vacina.

A médica pneumologista do Centro de Referência Professor Helio Fraga, da Fiocruz, Margareth Dalcolmo também será vacinada.

Mais cedo na sexta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, acompanhou a chegada da carga no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

A carga era para ter chegado cinco dias atrás, no dia 17, mas na época a Índia não liberou o envio para o Brasil (leia mais abaixo).

A Índia havia apenas enviado remessas de vacinas gratuitas a países vizinhos. Agora, liberou as comerciais, e Brasil e Marrocos são os primeiros beneficiados.

Caminho das vacinas: entenda como doses vão do Butantan e da Fiocruz aos postos de saúde

Dificuldades na importação

O governo indiano havia suspendido a exportação de doses até iniciar seu próprio programa doméstico de imunização, no fim de semana passado.

No início desta semana, enviou carregamentos gratuitos para países vizinhos, incluindo Butão, Maldivas, Bangladesh e Nepal.

O Brasil vinha enfrentando dificuldades para liberar a carga de 2 milhões de doses que comprou do Instituto Serum. Na quarta (20), o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, disse que não havia prazo para receber o carregamento, mas negou que problemas políticos e diplomáticos com a Índia tenham atrasado a entrega.

“Em relação ao prazo para entrega das vacinas que estamos importando da Índia, eu não posso mencionar agora um prazo, mas queria reiterar que está bem encaminhado e que estou conduzindo pessoalmente as conversações com as autoridades da Índia”, afirmou o chanceler brasileiro.

Na semana passada, após expectativa de que as vacinas fossem enviadas para o Brasil, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Anurag Srivastava, afirmou que era muito cedo para dar respostas sobre exportações das vacinas produzidas no país, já que a campanha nacional de imunização ainda estava só começando.

Pouco depois, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, sem detalhar, que a viagem poderia ocorrer “daqui a dois, três dias”.

Nesta segunda (18), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a diferença de fuso horário complicava as negociações.

Fonte – g1.globo.com

Foto – Maiane Brito/Globo News