Interior do Amazonas está estruturado com leitos de UCI e respiradores, para atender pacientes de Covid-19
Todos os municípios do estado contam com Unidades de Cuidados Intermediários
O interior do Amazonas conta, atualmente, com mais de 4 mil leitos clínicos nos seus hospitais, preparados para atender pacientes suspeitos ou confirmados do novo coronavírus (Covid-19). Além disso, o Amazonas é o único estado no Brasil que tem pelo menos um hospital por município, e que conta com Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs) equipadas com respiradores em todos os municípios.
De acordo com o secretário executivo de Assistência do Interior, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Cássio Espírito Santo, a estrutura possibilita um bom desempenho da rede de assistência no interior, já que as unidades têm capacidade para salvar a vida de pacientes de baixa e média complexidade, sem que seja necessário o deslocamento até a capital.
“Esse é um grande diferencial. Desses 4 mil leitos, hoje eu tenho 3.400 vazios, que estão disponíveis para atender pacientes de Covid; e, dos leitos de UCI, a gente tem 95% vazios, também aguardando pacientes, então isso nos dá tranquilidade”, ressaltou o secretário, após reunião na Sede do Governo, na qual foi aprovada a prorrogação do Decreto nº 42.794/2020, suspendendo por mais 30 dias o acesso às áreas de praias para recreação e o funcionamento de balneários, flutuantes e bares.
Ele reforça que os bons resultados foram possíveis, em parte, devido ao funcionamento da Atenção Básica nos municípios do interior.
“Uma média de cobertura de atenção básica de 90% no interior do estado. No início da pandemia, eu falei que a Atenção Básica seria o diferencial, e a Organização Panamericana de Saúde (Opas) fortaleceu essa fala, dizendo que a prova maior foi a baixa letalidade no interior, que sempre foi menos da metade da capital. Hoje o interior está em torno de um terço dos valores da capital”, observou Cássio Espírito Santo, frisando o trabalho articulado entre o Estado e as prefeituras municipais, com o apoio do Ministério da Saúde.
UTI aérea – O Governo do Estado mantém um contrato de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea exclusiva de Covid-19, para realizar remoções de pacientes graves do interior para a capital.
“As solicitações de UTI aérea estão equilibradas, então tem aeronave disponível e leito disponível para atender os chamados que estão chegando no Sistema de Regulação. Uma das coisas que a Opas e o Ministério da Saúde elogiaram foi nosso Sistema de Regulação de transporte para UTI aérea, em que os pacientes são classificados e todo o trabalho de regulação é feito exclusivamente por médicos, elencando do paciente mais grave ao menos grave, a ordem de prioridade de remoção”, acrescentou Cássio Espírito Santo.
Aumento de casos – De acordo com avaliação dos dados epidemiológicos da doença no estado, apresentados pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), 32 municípios registraram aumento de casos, o que representa 52% dos municípios do Amazonas. A alta é liderada pela capital, Manaus, seguida por Novo Airão, Parintins e Coari. As quatro cidades concentram 68% dos óbitos ocorridos na Semana Epidemiológica 43.
“Nós temos observado um aumento de casos no interior, alguns deles com gravidade, indo a óbito, principalmente pessoas que expuseram em comícios, passeatas e andanças; ou pessoas que tiveram contato com quem esteve nesses locais. Nós temos visto sim uma variação do número de casos no interior”, enfatizou a diretora-presidente da FVS, Rosemary Costa Pinto.
Os municípios de Codajás, Tefé, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Novo Aripuanã e Manacapuru também vêm registrando alta no número de casos, conforme levantamento da FVS.
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